sexta-feira, 1 de junho de 2012

Objetos de desejo !!!

Existem algumas conclusões sociológicas que assustam qualquer ser humano, menos é claro àquelas pessoas que não se importam com os valores gastos ou acham que o consumo é uma forma de suportar as frustrações do dia  a dia.

Passeando pela internet encontrei uma reportagem sobre um objeto de desejo das mulheres e a pergunta era "o que elas (bolsas) tem para nos fazer pirar desse jeito?". Como assim??? Foi o primeiro pensamento, mas depois parei para analisar meu comportamento de consumo antes do "ano sem compras" e é assim mesmo: "nos fazem pirar!!!!

Não somente as bolsas! Qualquer objeto de consumo que desperte desejo e vontade de comprar termina por interferir no funcionamento do cérebro (rs), só pode ser isso.

Passei por uma experiência, aliás recorrente, com determinado item. Quebrei a cara! Na segunda vez, quebrei a cara! Na terceira, novamente! E, no momento da aquisição parece que o mundo todo para e nenhuma razão é trazida à tona, nada efetivamente vinha à mente que me fizesse recuar, nem mesmo o adiamento da satisfação do desejo, pois terminava por realizar a compra.

Atualmente, parando para pensar, cheguei a tentar me recriminar, chamar minha própria atenção, entretanto, somente uma coisa é certa, respondi nàquela época ao que me era possível, com o condicionamento que tinha desenvolvido desde a infância, efetivamente não poderia ser diferente.

Passada a culpa e após perdoar a mim mesma, vejo como é necessário tratamento de choque para o consumo! Fico feliz porque tive a coragem de sentar na "cadeira elétrica" do não consumo, resolvendo uma série de problemas internos e desenvolvendo uma relação diferente com o mundo que me cerca desde o nascimento, embora não isenta de alguns surtos de desejo de ter algo novo sem satisfazer essa vontade.

Utilizava o consumo como paliativo para o sofrimento e frustrações, o consumo como forma de desviar a atenção do que efetivamente estava acontecendo, o consumo para esquecer do mundo naquele momento, enfim... o consumo inconsciente e que realmente não trazia qualquer satisfação duradoura, pois o problema lá continuava, lindo!, para ser resolvido.

Enfim, acho que algumas pessoas estão pensando quando passo: - lá vem a chata que não consome e fica enchendo a paciência dos outros!

Ishi! É isso mesmo! Ando com dó de ver dinheiro desperdiçado, gostaria que todas as pessoas do mundo acordassem para uma forma de viver mais simples e, com certeza, mais tranquila em termos financeiros com reflexos em todas as outras áreas da vida.

Ontem ainda presenciei uma cena bastante difícil, pois ao mesmo tempo em que estava feliz por ter conseguido superar os problemas de "abril" e ainda fazer uma reserva, uma pessoa muito próxima estava fazendo compras a contragosto, de produtos com valores elevados porque as outras duas pessoas que dela dependem não aceitavam produtos mais baratos. 

Depois, quando falei em economia no valor do papel higiênico, foi hilário, pois parece absurdo você controlar o número de metros do rolo para verificar qual o mais barato. É claro que não compro de baixa qualidade, mas não deixo de pesquisar o preço de tudo e não somente do papel. E os argumentos contrários eram do tipo "eu não economizo nisso, porque tenho pelo menos que ter um certo conforto". Sem contar que a conversa do papel higiênico foi pública e dentro de uma agência bancária, está parecendo piada, mas não é!!!

Está certo, vou tentar me controlar e falar sobre isso somente por aqui, porque ninguém merece ouvir uma pessoa que descobriu o paraíso fora do consumo, até porque tudo ocorre na hora certa para cada pessoa, não adianta forçar, não é mesmo?

Quanto à reportagem das bolsas, iria falar mais e desisti, pois não faz qualquer sentido para mim a dimensão interna e externa da bolsa para a personalidade feminina, nem como minha relação com ela possa ser comparada a uma relação homem/mulher ou como pode contribuir na construção de uma identidade social. Se você tiver mesmo interesse dê uma procurada no google! rs

4 comentários:

  1. Acho que você está mais do que certa,por mais que passe por chata, uma sementinha sempre é plantada quando falamos sobre esse assunto com os outros.
    Quem sabe a partir desta conversa, a outra pessoa não comece a pensar, pesar , analisar e acabe enxergando isso que você já vê?
    Eu nunca desisto por mais que discuta e passe por "hippie revoltada", sempre faço questão de deixar minha humilde opinião no ar, e sei que faço as pessoas refletirem nem que seja um pouquinho.
    Eu não falo sobre consumismo(apenas),mas sobre vários outros assuntos que eu discordo completamente do ponto de vista da maioria das pessoas.
    E o que tenho observado ultimamente é que as pessoas não pensam por elas mesmas(em realação a quase todos os assuntos), mas aceitam tudo aquilo que a mídia impõe com certo e como "Tenho que ter/fazer/comprar/participar.. de uma série de coisas completamente desnecessárias!
    Isso me assusta e revolta demais!!!!!

    Bjxx

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  2. Ziula,

    esquenta não: todo mundo que vai contra o comportamento generalizado é tachado de chato. Eu ando considerando como elogio, rs.

    Embora às vezes a gente fique tentado a se calar para não criar conflitos, eu acho importante colocarmos nossa posição a respeito das coisas. Pode ser que a pessoa não concorde na hora, mas é uma sementinha que se planta. Semanas ou meses depois, outros estímulos podem reforçar aquele e fazer com a cabeça da indivídua vá mudando.

    Beijos

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  3. Bom, creio que o que importa é o que a gente é e não o que pensam da gente. Claro que atitudes mais radicais geram um certo choque. Mas nada que não se possa superar. O importante é o que a gente sente, a mudança interna que causa um bem estar e respeitar quem pensa o contrário.
    Eu levo na brincadeira,numa boa. E gosto mais de conversar com colegas/amigos/família sobre coisas banais que sobre lançamento disso ou daquilo.
    E quanto ao papel higiênico, eu já tentei usar um folha simples que não acabava nunca, duro, nunca mais. Essa é uma coisa que eu não economizo nem na marra. Porém tem pelo menos umas 4 marcas de folha dupla de igual qualidade, dai, nesse caso, sempre compro a mais barata das 4, agora as outras nem olho. Já tive experiência muito negativa.

    Ah, esqueci, o tema principal era a tal bolsa né, acho que a reportagem errou o desejo...

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  4. Gente, não resisto mesmo!!! rs... e continuo dando uma força para certas pessoas, mas de maneira bem mais sutil, sempre destacando que essa pessoa "tem salvação" e que conseguirá efetivamente mudar seus hábitos de consumo.

    Obrigada pela força que todas vocês sempre estão dispostas a dar... beijos

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