terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Devagar e pensando...

O blog está meio devagar, deve ser em razão da minha pessoa estar nesse ritmo, quase parando!

Já não sei se atitudes drásticas, como essa de frear todo e qualquer consumo, fazem bem psicologicamente falando. O preço emocional é muito alto, a cabeça dá uma porção de voltas para não chegar em lugar algum.

Ontem estava novamente assistindo a série "Acumuladores" e observei o cuidado cuidado com que psicólogos, psiquiatras e organizadoras profissionais tem com essas pessoas, sempre mencionando a necessidade de não causar um trauma maior, afinal aquela é a vida delas e todas as coisas tem um componente emocional, servem para amenizar ou encobrir algum evento que lhes foi danoso.

Então, nem todas as pessoas estão preparadas para frear de forma abrupta um comportamento, sob pena de prejuízos maiores.

De qualquer forma refletir não causa problemas e da reflexão pode advir mudança consciente de comportamento, aquela mudança para a qual vamos nos preparando aos poucos. Um novo jeito de ver as situações e uma nova forma de viver.

Precisamos pensar o que nos leva ao consumo desenfreado de coisas desnecessárias, quais as consequências desse ato, não somente em nossas finanças, mas principalmente em nossos relacionamentos e bem-estar.

Todo esse movimento é necessário para alcançar a felicidade e conhecer algumas questões fundamentais que por vezes ficam soterradas em atitudes que não levam a qualquer crescimento.

É hora de rever comportamentos, reavaliar prioridades e mudar o rumo da existência.

Precisamos aprender que, por vezes, deixar de consumir, de trazer para casa determinado item de consumo é tão importante como adquirir certas coisas fundamentais.

Já confessei que ultimamente ando com muita vontade de comprar diversas coisas que não preciso, talvez movida pela proibição de compras que o ano sabático impõe, entretanto, superar essa vontade traz uma satisfação muito maior do que o "adquirir".

Certo que o consumo é uma necessidade de todas as pessoas, não há como viver sem consumir, somos consumidores desde o nascimento, o que pretendo é racionalizar o consumo e, mesmo passado tanto tempo sem comprar, o certo é que ainda não me sinto preparada para voltar para esse mundo.

Estava lendo um post de uma moça que terminou o ano sem compras, tinha uma festa, saiu para comprar uma blusa, levou duas blusas e foi na festa com uma que já estava no guarda-roupa.

Pois é, deveríamos ter consciência de que gostamos daquilo com o que já nos habituamos e essas coisas que nos deixam seguras para enfrentar o mundo. Qualquer coisa nova depende de um período de adaptação e porque gastamos energia nos adaptando constantemente se já está tudo pronto e fácil dentro de nossa casa?

Nunca vou ter essa resposta! Como identificar o que é realmente uma necessidade? Andamos por aí muitas vezes movidos unicamente pela vontade de ter alguma coisa e mostrar essa conquista para o mundo. E como andamos internamente?

Com ou sem dívidas, qual o prazer que esses itens adquiridos nos trazem? Se temos dívidas, a apreensão, nervosismo e ansiedade que elas geram, compensam a posse de determinado bem? Se não temos dívidas, os valores foram bem investidos e compensam a posse desse mesmo bem?

Sinceramente, quando não havia nenhuma restrição de consumo, e já falei isso por aqui, havia apenas um vazio após a euforia de andar com muitas e muitas sacolas pelo shopping, e sempre surgiam outros desejos de bens que deveriam ser consumidos em futuro próximo. Não havia felicidade real nessas compras, nem poderia haver, pois somente bens de consumo impostos pelo marketing.

Antes de adquirir qualquer coisa pretendo, e é apenas uma pretensão porque sei que a prática é difícil, analisar se realmente é meu sonho de consumo ou se melhor não possuir determinado bem, seja pelo trabalho para manutenção, seja pela própria desnecessidade.

Comprar qualquer coisa não é apenas gastar valores com aquilo, compreende também a energia para efetuar a compra, o tempo que deixamos de utilizar com pessoas que nos são amadas, mais lugares para guardar tudo. Enfim, possui uma dimensão maior do que possamos supor!

Dia desses li no facebook que para "ser" é preciso "ter", o primeiro referindo-se a fatores internos e o segundo a bens materiais! Ora, ora, quantas coisas preciso ter para ser uma pessoa melhor? Materiais? Penso que nenhuma! Emocionais, espirituais, éticas, morais, etc, com certeza muitas.

Para chegar a um desenvolvimento como pessoa certo que preciso de informações, exemplos, formação escolar e familiar, e para chegar a esse ponto, alguns bens e serviços necessariamente devem ser adquiridos, mas esse não era o sentido do que li e mencionei acima.

Referia-se aquela pessoa da rede social a bens de consumo que trazem algum "status" social e não àquelas que trazem crescimento ao ser humano.

Não, não precisamos levar uma vida de privações. Precisamos é avaliar melhor nossas escolhas, só isso, pararmos de "ter" achando que essas coisas materiais somos nós mesmos! Não somos o que temos, com certeza, não.

A jornada que iniciou há 243 dias me levou a mudar muitos hábitos em relação ao que ainda posso comprar e também em relação ao que armazenava em minha casa. Foi difícil concluir que as revistas de moda não eram uma extensão da minha pessoa, que aquele monte de outras tranqueiras não representavam o que sou. Por vezes ainda sinto falta dessas coisas que dispensei, mas não sou nenhuma delas e como ser humano sobrevivo melhor sem essa acumulação, mesmo que sempre organizada essa bagunça e itens!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tribunal Superior do Trabalho e Serviço de Proteção ao Crédito

Certa vez mencionei que não escreveria textos jurídicos por aqui, mas não resisti após ler a notícia de que o TST, por unanimidade, decidiu no dia 23 de fevereiro, que as empresas podem consultar o SPC antes de contratar empregados, embora o foco desse post não seja necessariamente jurídico e sim mais voltado à reflexão.

Imaginem vocês, a criatura vai atrás de emprego, leva currículo, preenche a ficha, participa de entrevista e a empresa contratante coloca como requisito para admissão o candidato não estar negativado no SPC. Menciona o TST o direito do empregador em verificar os cadastros públicos  dos candidatos para garantir que está fazendo uma boa escolha.

Boa escolha? Qual a razão de se considerar uma má escolha àquela feita em relação à empregado que está no SPC? Estar negativado indica que a qualidade técnica dos serviços prestados será afetada?

É no mínimo inusitado! O que a vida financeira da pessoa afeta seu desempenho profissional? E, se já está inscrito no SPC por dívidas não pagas, como pagará esses valores sem emprego? Mais ainda, se a inscrição for indevida, além de ter restrição de crédito, não consegue emprego!

Não consigo entender o interesse da empresa em levantar esses dados do empregado e muito menos discutir judicialmente essa possibilidade e menos ainda ser amparada pelo Judiciário.

Confesso que não conheço todas as nuances do processo que foi julgado, não tive contato com os autos, mas no meu entendimento é uma possibilidade de que a vida financeira da pessoa não se resolva mais, pois não terá mais salário para saldar os valores, sendo privado inclusive do direito de trabalhar.

Fica apenas o registro e para quem quiser ler a notícia toda basta clicar aqui.

Para finalizar, mais um alerta quanto à necessidade de manter as contas sob controle, administrando os valores gastos e evitando esses transtornos, exceto como já disse uma vez se for caso de doença ou outras situações realmente urgentes.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Não comprar e consequências...

238 dias se passaram. Foram dias fáceis, difíceis, alguns de surtos outros de plena calma.

O que está batendo agora é olhar o guarda roupa e ver que muitas peças jamais fizeram parte do meu gosto. E como vieram parar ali? Alguma liquidação, um dia ruim, necessidade de atenção nem que fosse da vendedora, vontade de torrar todo o dinheiro para não guardar nada, baixa autoestima em que qualquer coisa servia, demonstração de poder. 

Poderia escrever o dia todo sobre motivações para compras, mas o ponto não é esse. A pergunta que não quer calar é "do que realmente gosto?".

Quais as peças que merecem ficar e quais devem ser descartadas e... muitos "es"... e se eu descartar mais peças ainda, além daquelas que já foram embora, será que vou me arrepender depois?

Alguns itens de decoração também estão me "olhando" de forma esquisita, será que também não fazem mais parte de mim ou nunca fizeram. Afinal de contas do que gosto realmente?

Sinto falta das minhas revistas de moda que foram doadas para outras pessoas. Onde andarão minhas revistas de moda? Agora somente sobraram aquelas de decoração e não estou em momento de querer olhar nada que se refira a decoração, talvez depois de julho após terminar o "ano sem compras".

Consciente de que as revistas somente tem propagandas, tanto de moda quanto àquelas de decoração, mas eu as adorava. As primeiras não tenho mais e as outras me falta vontade de ficar folheando.

Nem organização sobrou para eu me distrair. Tudo milimetricamente arrumado, todos os excessos retirados, tudo que eu achei que não me servia mais (será que não servia mesmo?) foi retirado, a sensação que tenho é que os ambientes ficaram "assépticos" sem nenhum germe de bagunça.

Tudo esquisito, vida esquisita, propósito de ficar sem compras esquisito.

O início levou à organizar a casa, coisa que fiz a vida inteira de maneira compulsiva e, sempre comprando mais coisas, nunca conseguia terminar a arrumação. Agora terminei!

Não sei sinceramente o que fazer com o que tempo que me sobra. É difícil viver sem estar colocando e tirando coisas de caixas e dizendo "não posso, não, tenho coisas para arrumar". Perdi minhas desculpas e a forma como ocupava meu tempo.

Estou começando a entrar naquelas divagações filosóficas, tipo "O Mundo de Sofia". Quem sou eu, de onde vem o mundo em que vivo, onde vou parar com essa experiência do ano sem compras?

Parece simples ficar sem comprar, mas a experiência é pessoal, interior, intensa e leva a alguns lugares da mente que jamais visitaríamos por escolha própria. Algumas lembranças tem aflorado sem que tenham sido chamadas, talvez despertadas pela falta do que fazer em termos de ocupar a mente enquanto não estou trabalhando.

Idéias de novos projetos, novas vontades e tudo fica pairando sem um ato objetivo que traga uma nova ideia ao mundo real.

Eu sei que deveria me empenhar em perder quatro quilos, mexer no jardim, cozinhar (aqui penso que vou comer mais), ler, ter uma reação definitiva contra o tabagismo (tentativas frustadas apenas), escrever artigos jurídicos acessíveis e sem firulas. Tudo isso eu sei! Cadê o empenho? Ainda não sei onde está!!!

Quem sabe pensando chegue à alguma atitude!!!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Trabalho escravo e matéria prima advinda de matança...

Depois do post que menciona a mensagem em pleno domingo de Carnaval, fiquei em dúvida se era referente ao "ano sem compras" ou ao trabalho escravo, talvez esteja mais no contexto daquela reportagem sobre a Zara - Roupas da Zara são fabricadas com mão de obra escrava.

Quando cheguei à conclusão acima, terminei meio perdida nesse mundão onde roupas são fabricadas com trabalho escravo; alimentos estão repletos de transgênicos e, apesar da exigência legal, não há a devida fiscalização; a Adidas está usando pele de cangurus para fabricar sapatos; animais são assassinados cruelmente para que possamos nos alimentar; cortadores de cana são submetidos a situações degradantes para que possamos abastecer nossos carros e ter açúcar para adoçar nossa vida;  Azaléia e seus mutilados no nordeste para produção de belos sapatos. 

Casas Pernambucanas, Riachuelo, Renner e C&A, todas foram flagradas vendendo produtos que foram confeccionados com mão de obra escrava utilizada por seus fornecedores.

Carrefour já foi penalizado por manter abusos contra os direitos humanos em seis países.

Multinacional que fornece produtos para Avon, L'Oréal, Max Love e Natura, já foi acusada de assédio moral, não dar folgas às empregadas, além de submetê-las à jornadas de doze horas.

E a lista não terminaria mais, uma verdadeira loucura! Isso que só pesquisei no site do Repórter Brasil e Observatório de Opiniões, podendo ser encontrado no google "n" matérias, inclusive decisões judiciais.

De qualquer forma, são somente exemplos e, sinceramente, não vejo como possamos nos defender.

Nem todos os casos chegam ao nosso conhecimento! E, mesmo se evitássemos o consumo das empresas em relação às quais não concordamos com a forma de produção, o trabalho seria imenso para procurar outros produtos, verificar suas referências e talvez não encontremos outros que possam substituir as marcas que evitamos. E, mesmo substituindo, jamais teremos a certeza de que as condições de trabalho e/ou formas de conseguir a matéria prima seja a correta.

Houve época em que eu andava com a cartilha do Greenpeace na bolsa e consultava cada produto para verificar se estava na lista como contendo transgênico. Meu trabalho ficou mais fácil quando da exigência de identificação dos produtos, entretanto, como já contei por aqui, um amigo falou que a fiscalização é precária.

Se alguém tiver alguma idéia, estou aceitando sugestões!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Estou no BBB... e o Cabideiro Real...


Pleno domingo de Carnaval e recebo essa mensagem no celular às 18h21:

"Próxima notícia do Repórter Brasil: Juíza vencedora do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos é vista fazendo compras na Zara!"

Gente! Morri de rir! Chorei de rir! O sentimento foi de estar efetivamente no Big Brother, mas de forma diferente, existem câmeras escondidas e eu sequer sei onde estão.

Já confessei que ando surtada por compras e com uma necessidade de "qualquer coisa" que surgiu, eu achava, do nada, pois inclusive havia feito uma postagem onde mencionava a total falta de vontade de comprar alguma coisa, que comprar era costume e eu havia perdido esse costume.

Fui na Zara sim, experimentei milhões de roupas e não comprei nada. A única peça que gostei meu filho olhou e fez a seguinte observação:

- Parece aqueles globos de festa!!! É só acender as luzinhas que começa a brilhar com cores diferentes!!!

Quem usaria uma roupa dessas????

Penso que o exercício valeu para concluir que nenhuma daquelas peças justifica "quebrar" o compromisso com o "ano sem compras".

É claro que não entrei na Gregory, considerando que força, resistência e boa vontade tem limites!!! rs

Meu filho pequeno, de nove anos, estava com uma paciência de Jó comigo e entrou não somente na Zara como em "n" outras lojas, só vendo a insana aqui experimentar roupas e mais roupas. Uma peça ficava grande, pegava o número menor e ficava pequena, outra deixava gorda, outra ficava feia e o "cabideiro real", forma como ele se denominou, carregando os cabides com roupas para cá e para lá. Na verdade, foi muito divertido.

Quando chegamos em casa e ele me viu na internet, observou que esses blogs de moda é que estão me deixando com vontade de comprar e que depois que minha filha veio visitar ficou tudo pior. Novamente tenho que dar razão para ele! Andei em lojas com minha filha e ela comprou apenas uma calça... rs... não havia limite de compras Izabel depois que ficamos seis meses sem comprar nada para você!!!

Rindo muito novamente, porque estou falando isso considerando ela já foi embora!!! Agora é esperar ela voltar depois dessa declaração!!!

E vamos lá, persistindo ainda! Muito obrigada pelo monitoramento, muito bom saber que ele existe!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Nova mudança de idéia...

Sinceramente não sei como ainda estou mantendo esse desafio. Minhas intenções e idéias mudam a cada hora, logo, mereço parabéns por estar persistindo.

No post passado mencionei que começaria a falar de moda por aqui. Ora, ora, ora... existe alguma coisa que estimule mais o consumo do que blogs de moda, fotos de modelos com as tendências do momento e de produtos novos e maravilhosos? Claro que não!

Então, vamos manter o foco e deixar por aqui somente o anticonsumo, pelo menos até o final do "ano sem compras".

Devo dizer, entretanto, que não desisti do blog de moda, até porque estou fazendo novos usos de coisas antigas e esse é um exercício extremamente útil para não adquirir novos itens.

Se quiserem visitar o novo local que estou desenvolvendo com minha filha acessse "PARA MÃE E PARA FILHA" e por aqui continuamos na abstinência.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Depois da quase recaída...

Depois da quase recaída do dia 12 de fevereiro de 2012 em que só não comprei em razão de extremo autocontrole, somado ao fato de que está difícil domar o cigarro, precisei de um novo desafio para passar o tempo.

Primeiro quero dizer que não caí em tentação e não vou abandonar o blog, nem mesmo após o término do desafio e espero não cometer nenhuma insanidade quando o "ano sem compras" chegar ao seu fim. Agora, podem ter certeza de uma coisa, acaso eu fique louca no final e compre uma loja inteira, vou confessar por aqui, afinal, a experiência tem que ser compartilhada em seu todo.

Quero registrar também minha felicidade com o cartão de crédito quando retornei das viagens do final de ano - Bombinhas-SC, Florianópolis-SC,  Lagoa Vermelha-RS e São Miguel do Oeste-SC. 

Explico, nos meses de janeiro e fevereiro de cada ano a fatura chegava com um dígito a mais em razão das compras de final de ano, presentes e todos os demais excessos cometidos. Para minha alegria, 2012 iniciou maravilhoso, com o mesmo número de dígitos no cartão do restante do ano, mantendo a mesma média de gastos dos demais meses.

Voltando ao novo desafio para distrair até julho chegar, vai acontecer o seguinte:

Como já contei por aqui, ando passeando por blogs de moda, então resolvi começar escrever algumas postagens sobre formas de vestir, colocando fotografias e tudo, mais especificamente sobre roupas que uso para trabalhar. 

Preciso sempre de um visual mais comportado, clássico, sem qualquer ousadia e nesse tempo sem compras até não tem sido muito difícil me vestir para a labuta diária, pois nada muda muito, entretanto, aquele clássico insosso está sumindo. 

Roupa preta com sapato preto com jóias ou bijouterias pretas, praticamente não existem mais. Uso preto, mas com um colorido ou toque diferenciado. Enfim, aguardem! 

O "ano sem compras" levou por caminhos interessantes, permitindo encontrar novas formas de usar algumas roupas e sapatos, principalmente os itens que ficavam encostados, considerando que eu somente conseguia enxergar uma forma de usar. 

Ainda, em razão da abstinência de compras foi necessário usar a criatividade para não parecer estar sempre de uniforme.

Vamos ver se consigo! Acaso seja algo passageiro desisto logo desse novo formato! Se não agradar a quem visita esse local, façam pedidos para voltar somente aos textos antigos, pois a intenção que tenho hoje é de mesclar a experiência sobre consumo com os novos posts!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O comerciante português...

Telefonema às 17h00:

- Venha até aqui preciso falar com você!

Adrenalina, preocupação, será que aconteceu alguma coisa?

Chego ao local e encontro dois rapazes que conheço acompanhados de um terceiro com forte sotaque português. Um deles diz:

- O que você acha dessas roupas?

Examinei, analisei, jaquetas com corte muito bom, costuras perfeitas e etiquetas que demonstravam não ser da grife anunciada pelo vendedor, o português, que dizia:

- O valor dessa jaqueta é "x", mas vendo por "y" (10% do valor inicial) se vocês ficarem com as oito peças que tenho. Melhor que bacalhoada, como se diz na minha terra!

Comecei a rir por dentro e quiseram me colocar no negócio:

- Experimenta essa!

- Não, não posso comprar, só em julho e ele voltando em julho podemos negociar.

- Impossível, ele está voltando para Portugal amanhã.

- Será que serve para a outra menina?

Ela experimentou e ficou perfeita.

Ponderei:

- Ela não está precisando de roupas de inverno!

O vendedor nem titubeou:

- Dona, entenda não é uma questão de necessidade, é uma questão de oportunidade! E tem mais, posso deixar mais uma peça além das oito!

Lá ficaram as nove peças por 10% do valor inicial, três serviram para um dos meninos, outra para o segundo menino e a terceira para a menina. O restante? Qual o destino das outras quatro peças?

Segundo o vendedor, os meninos podem vender dizendo que uma peça fica "x", mas se a pessoa comprar uma, leva duas por apenas "1x". Muito engraçado! O vendedor português era tão bom que colocou os meninos para trabalhar para ele e ainda recebeu por isso.

Tenho grande admiração por pessoas que fazem bem feito seu trabalho e tiro o chapéu para esse vendedor que conseguiu negociar produtos de inverno em um calor de trinta e dois graus que era a temperatura hoje!!! E o mais interessante, vendeu produtos que sequer serviam para os compradores apenas informando como poderiam lucrar com eles!!!

Depois poderia até contar qual o destino das quatro peças, se essa história fosse verdadeira!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Surtei e daí ??? ...

Surtei esse final de semana e minha filha começou a ironizar:

- Ora, cade aquela pessoa que disse que não tinha mais a mínima vontade de gastar!

Aquela pessoa sumiu! Deixou meu corpo! Foi abduzida! Desapareceu!

E lá veio meu filho mais velho:

- Nossa, você está surtada mesmo...

Estava e tudo que eu mais precisava na vida eram camisetas novas, blazer novo, bolsa nova, sapato novo, calça nova, até um livro novo para ficar guardado e não ser lido como alguns que ainda habitam minha casa! Precisava comprar, gastar, fazer um movimento rumo ao retorno do consumo.

Não, eu não comprei, porque se eu fizesse isso me sentiria péssima quando chegasse em casa, abandonaria o blog ante o fracasso e com certeza minha sensação de impotência talvez até atrapalhasse outros projetos presentes e futuros.

Passei  muita vontade e já estou há 227 dias sem comprar. Vamos lutando para chegar aos 366 dias - ano bissexto - e também para quando acabar o "ano sem compras" manter um consumo consciente, sem surtos!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Vida... preocupações

Parar de comprar permite de certa forma romper as barreiras da materialidade e buscar formas de evolução mais efetivas.

Nos perdemos nos itens materiais, trabalhamos para ter mais e mais coisas, ato contínuo ficamos preocupados com os inúmeros compromissos financeiros e nesse estresse o lado espiritual é relegado ao segundo plano ou vivido de forma superficial.

Estamos inseridos em um mundo onde o consumo é exigido desde que acordamos - a maioria das pessoas não produz absolutamente nada que possa consumir, nem mesmo um pequeno vaso de ervas aromáticas para utilizar no tempero da comida.

Deixamos de nos encantar com as pequenas coisas da vida e até mesmo pequenas descobertas dos filhos passam despercebidas nessa roda que não para de girar em torno do "querer ter mais e melhor e diferente" em termos materiais.

Somente encontramos alegria verdadeira quando paramos para perceber e vivenciar cada momento, mesmo aqueles que muito desejamos e que poderiam não ter acontecido.

Entretanto, aqui fica a pergunta, quando temos a capacidade de relaxar e prestar atenção no que está acontecendo, sem deixar atribulações diárias inferirem nessa percepção?

Paremos de viver o passado e suas dívidas/frustações. Deixemos o futuro como consequência de nossos atos. Vivamos unicamente o presente, o insólito e o imprevisto, únicos fatos que podem trazer alegria ou decepção, pois o restante ou já passou ou ainda não chegou.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Samanta! Marina e Lu???

Samanta,

Você não deixou endereço, então respondo por aqui, talvez seja mais fácil você encontrar!

Estou preocupada com a Marina e com a Lu também, as duas sumiram e estavam tão empenhadas no desafio, mas não só por isso, na realidade a gente acaba fazendo amizade e tendo um carinho muito grande por essas pessoas tão parecidas e com as mesmas dificuldades!

Marina, Lu... se passarem por aqui deixem sinal de vida. Tenho o e-mail da Lu, entretanto sei que ela não acessa muito e a distância se fez.

Em relação ao seu pedido de ajuda, leia os posts do blog e de repente você se acha em algum deles ou mesmo tenha alguma inspiração.

O fato é que estou achando minhas postagens meio depressivas! Verdade!

Tenho acompanhado alguns blogs de moda, coloridos, cheios de inspiração, alto astral e até agora não consegui chegar nesse fantástico mundo que as blogueiras de moda vivem. Certo que esse não é um blog de moda, muito pelo contrário, tem muita introspecção, muita reflexão e muito puxão de orelha em mim mesma.

Vou tentar parecer mais "feliz", dar mais risada, não que eu seja triste, mas consumo é uma coisa muito séria e as pessoas não estão dando a devida atenção, deixam de ficar preocupadas com pequenos atos do cotidiano que no final das contas levam à algumas consequências ruins.

Deves ter acompanhado, por exemplo, quanto custa manter um animal de estimação! É muito dinheiro e esse dinheiro fica perdido nas contas diárias, dormindo inconsciente e algumas pessoas tendo mais a mais animais, adotados ou comprados, tanto faz. Não prego o abandono de animais, e sim a consciência, posto que ao trazermos esse ser para casa temos todos os deveres do mundo em relação aos cuidados a serem dedicados.

Voltando ao seu pedido, o maior passo você já deu. Qual é? A consciência de estar comprando compulsivamente!

No momento em que identificamos essa doença tendência já estamos no caminho para dominá-la e fazê-la trabalhar a nosso favor. O importante é empregar a energia gasta no consumo em outras atividades.

Eu, por exemplo, infelizmente me voltei para a comida, nada sério, mas ganhei pelo menos três quilos e agora estou empenhada em perder esse excesso que para muitos pode parecer pouco, só que não posso brincar com minha coluna. Logo, primeiro aviso: não substitua o consumo de supérfluos por comida!

Considerando que você entende estar gastando compulsivamente, tenho por certo que já houve reflexos em sua vida financeira. Se isso efetivamente aconteceu, comece quitando as dívidas com juros mais altos - débitos com cartões de crédito ou cheque especial podem e devem ser substituídos por prestações de empréstimo bancário com juros mais baixos, lembrando que basta procurar seu gerente.

Relativamente ao período sem comprar, na realidade não importa se um mês, seis meses, um ano, dois anos. Basta você frear o consumo, mais ou menos como parar de fumar, não adianta diminuir o número de cigarros, você efetivamente tem que bloquear todo e qualquer consumo que não seja absolutamente necessário.

Sem essa parada brusca penso que não conseguimos enxergar o que estamos consumindo e a forma como fazemos isso. Além do freio no consumo precisamos nos sentir desafiada a alcançar alguma coisa. Pergunte-se: porque quero parar de consumir? o que farei com a energia gasta em consumo? o que mudará em minha vida quando parar de consumir? quais os outros tipos de satisfação posso me proporcionar?

Podes começar com os seis meses! Sem problemas! Depois que passar o primeiro mês - veja os primeiros posts desse blog - já não vai fazer diferença alguma, pois a gente vai acostumando a dominar, controlar, deixar de gastar e, o mais importante, vai descobrindo coisas incríveis no guarda-roupa que podem ser usadas de maneira diferente, com combinações inusitadas, enfim torna-se um divertimento e um desafio diário, além de uma viagem muito pessoal que leva a caminhos antes desconhecidos.

Tenho acompanhado o blog da Jojo - Um Ano Sem Zara - e ela está quase no final do desafio de um ano. Concordo que ela tem roupas, sapatos, óculos, acessórios, todos maravilhosos! Eu não tenho tanta coisa assim e confesso que estou me saindo muito bem, exceto pelos sapatos que uso mais e já estão acabando, entretanto, termino por combinar aqueles que não usava tanto com roupas diferentes e o mundo continua girando, sem traumas, sem consumo, sem necessidades exageradas.

Achei um outro blog, de uma advogada, Ouse Ser Quem Você É, muito bom para fashionistas de plantão, desde que você consiga segurar a vontade de sair comprando roupas e acessórios, pois o guarda-roupa dela é um arraso de elegância. Ainda não é para mim e muito menos nesses tempos do "ano sem compras", mas é uma delícia para passar o tempo e ficar por dentro das tendências, achando formas de usar o que você já tem.

Há muito tempo deixei de ficar ansiosa para terminar o desafio e nem sei se vou contar os dias para sair comprando como algumas outras blogueiras que já estão terminando o propósito. Agora, hoje, nesse momento, consumir coisas desnecessárias e supérfluas sequer passa pela minha vontade.

Por outro lado, descobri coisas que eram extremamente necessárias e passavam despercebidas no dia a dia por conta da falta de foco, uma delas é o aparelho de ar condicionado. Senhor! Que delícia não acordar toda molhada de suor, ter uma noite tranquila ou mesmo aquele soninho repousante depois do almoço em um local fresco!

É isso Samanta! Essencial admitir nossas limitações, tomar providências e, principalmente, ter compromisso com um objetivo. Ter um blog e contar sua experiência ajuda muito no "ano sem compras", pois as pessoas cobram e se sentem orgulhosas de ver alguém perseverar!

Muitos iniciam projetos, mas poucos terminam! Tenho certeza de que você será uma vencedora naquilo em que realmente colocar sua energia e lembre-se de dar notícias!

A vida é muito mais que consumo, a vida é muito mais que comprar e merecemos tudo de melhor que possamos nos proporcionar. Não merecemos é a preocupação com contas a pagar, com excesso de consumo e com coisas inúmeras para arrumar/organizar muitas vezes sem ter espaço.

Dê uma olhada nos textos sobre organização que escrevi, divirta-se, organize-se e seu tempo de compras pode ser usado de forma muito mais prazerosa, sem substituir por comida!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

219 dias... balanço

Pensei hoje em fazer um relatório dos meus deslizes itens agregados à vida durante esse tempo de desafio do "ano sem compras".

O primeiro aconteceu bem no início quando fui comprar chocolates e terminei por chegar em casa com chocolate para fondue e um mini aparelho, prejuízo pequeno já relatado no post "Pequeno balanço (quase um mês)"

Passado todo esse tempo confesso que somente naquele dia comemos aquela iguaria e depois nunca mais. Não gosto quando olho o pequeno aparelho de porcelana dentro do armário e lembro que foi mais uma tralha que coloquei em casa.

Depois disso ganhei e não posso considerar errado:

- uma caixa de papelão com borboletas em alto relevo da minha filha

- uma camiseta do grêmio, uma sanduicheira e um perfume do meu filho mais velho - "Notícias do Além"


- um vestido de uma amiga - "140 dias - Caminhando e Cantando!"

Esses foram meus presentes, além de duas cestas de café da manhã, presente de aniversão da minha irmã e minha mãe - com duas canecas maravilhosas que já coloquei em uso, não podendo esquecer de um estojo de maquiagem, um desodorizador de ambientes e um sabonete líquido de dois amigos.

Tivemos a viagem feita em agosto de 2011, também logo no início do desafio e, com certeza hoje em dia, após passados mais de 200 dias em que parei de comprar, sequer estabeleceria valor para os gastos.

Observei que nas outras viagens nada mais comprei e nada me fez falta, como as compras de agosto de 2011 não fizeram nenhuma diferença entre ter ou não ter.

Depois que escrevi o post "Super organizada (?) ou As coisas não precisam de você..."  realmente não pude esperar e comprei dois jogos de lençol de solteiro e dois de casal, estavam fazendo falta e precisaram ser considerados essenciais.

Mais uma bobagem e cheguei em casa semana passada com duas sacolas retornáveis. Tem duas coisas que não resisto: promoção de sabão em pó e não perguntem porque; e, sacolas retornáveis. 

Pois bem, fui comprar trufas e chegando lá a promoção era: compre 12 trufas de verão, pague 10 e com mais R$ 2,50 leve uma sacola... rs... agora estou rindo, mas na hora não me dei conta... simplesmente comprei as sacolas e não havia promoção nenhuma!

O interessante é que o tamanho delas é ótimo, intermediário em relação àquelas que tenho, logo, não foi uma pisada na bola tão grande assim!

A troca de carro já foi relatada no mesmo "160 dias" ... entre os prós e os contras, nenhum comentário a mais para fazer e cada um que tire suas conclusões, pois já tenho minha conclusão mais madura depois do ocorrido.

Finalmente, adquiri um aparelho de ar condicionado para meu quarto, isso após enorme pesquisa de preço, solicitação de informações sobre qualidade, custo-benefício. 

Tudo isso resultou em um ótimo aparelho com valor bem razoável, certamente inferior ao que pensei quando comecei a procurar e para instalar meu filho encontrou um pessoal que trabalhou direitinho e pediram um valor bastante justo, logicamente inferior aos demais consultados.

Há muitos anos meu filho vinha dizendo para comprar o dito aparelho e eu sempre resistindo. Depois de começar a utilizar vi o tempo que perdi e o sofrimento que passei com calor e frio excessivos, porque aqui onde moro ou faz um calor insuportável ou faz um frio congelante, somado ao fato de que tenho problemas com temperatura: se é muito frio, fico inerte embaixo das cobertas; se é muito calor, fico inerte com a pressão baixa.

Disso tudo concluo que os milhões de coisas que eu teria comprado acaso não estivesse no "ano sem compras" não estão fazendo a menor falta e sequer lembro de outros desejos materiais não realizados, sendo que aquelas efetivamente feitas, por consideradas essenciais, realmente se mostraram necessárias e úteis para uma melhor qualidade de vida.